“Em algum momento entre as fraldas e o cartão de visitas impresso, nos esquecemos de como precisamos ser tenazes para fazer aquela venda.”
Imagine, você com 7 anos na fila do supermercado com sua mãe:
— “Posso pegar esse chocolate?”
Essa seria sua pergunta final de venda, embora tenha sido direta e genialmente, a primeira.
— “Não!” Responde ela.
Mas você ignora o primeiro não e insiste:
— “Por favor MÃE (apelo emocional), posso pegar esse chocolate?”
Sua mãe contrariada, confere a conta que aumenta no visor do caixa:
— “Eu disse NÃO!”
O Não número 2 estava fora de cogitação para você:
— “Ah, puxa, por favor, faz tempo que não como chocolate.”
Enfática e nervosa por estar sem argumentos:
— “Não, de jeito nenhum”. O terceiro não sai como um trovão.
(É provável que ela tenha usado o famoso N-A-O-til) Mesmo assim, você não lhe dá ouvidos. É como se o não número 3 tenha sido apenas o caminho para você chegar mais perto do chocolate. Você tenta então, entender a objeção real da mamãe/cliente:
— “Por que não posso pegar o chocolate, mamãe?”
Uma pergunta clássica que atinge a verdadeira razão dos três primeiros nãos. Como você aprendeu essas habilidades de venda tão cedo?
— “Porque vai estragar seu jantar”, responde ela.
Pronto, chegou sua grande chance. Você superou a objeção (o quarto adiamento) e o chocolate agora estava no papo:
— “Não, não vai mãe. Prometo comer o chocolate só depois do jantar.”
Você afirma numa sinceridade imensa.
Ela está em saída, prestes a ceder, mas como verdadeira cliente potencial relutante acrescenta:
— “bem, não sei”, e foi sua quinta resposta negativa, agora já sem convicção.
Você percebe a brecha e implora:
— “por favor!. Naquele tom infantil, meio que cantado, meio que se lamentando… E ela concorda:
— “Tá bom, mas nem pense em comê-lo antes de acabar todo o seu jantar”. Uma saída elegante para a derrota, apenas para se impor perante o caixa, que soltava um sorriso irônico.
Vitória! Você fez a venda!
Quantos “nãos” você está disposto a ouvir, antes de desistir da venda?
Foram necessários cinco nãos e você estava preparado para ir até o décimo. Talvez arrisca-se levar um cascudo. Pense nisso por um segundo. Quando você tinha 7 anos, você se arriscava a levar uma punição corporal e verbal ou até passar por uma situação constrangedora para conseguir o que queria.
Em algum momento entre as fraldas e o cartão de visitas, você se esqueceu de quanto precisa ser persistente para conseguir o que quer, para conseguir suas vendas.
Se você está procurando os melhores argumentos e formas de superar os obstáculos e objeções, sente-se e relembre: O chocolate, o primeiro encontro, ir a festa, chegar mais tarde em casa, dormir na casa do amigo, aumento de mesada, as chaves do carro, escapar da punição pelas notas baixas… tudo isso é venda. Tudo estava cheio de obstáculos e objeções. Tinha que falar com mais de uma pessoa, pai e mãe, a influente mãe, muitas vezes não era a o decisor, os horários do decisor (pai) eram complicados e o temperamento dele era mais difícil. Mas você superou todos os obstáculos, persistiu contra todas as adversidades. Usou a influência da mãe sobre o pai, o testemunho do amigo vizinho o qual os pais já haviam deixado ir a festa, usou charme, escolheu a hora certa para falar, estudou as possíveis objeções antes e principalmente, persistiu.
Aposto que seu índice de fechamento na infância era superior a 90%. Quanto você ganharia hoje, se seu índice fosse tão alto? Esqueça o chocolate, você teria dinheiro para comprar o supermercado.
Em média, são necessárias sete visitas, sete exposições, sete “nãos” para conseguir a venda. Qual o segredo? PERSISTÊNCIA.