Easy, Normal ou Hard? A culpa dos astros e nossas escolhas.

Modos de Jogo: Easy, Normal ou Hard.

Acabei de bater um papo rápido com uma amiga onde mostrei para ela que o Bumble, um aplicativo de relacionamentos, nos permite filtrar as pessoas pelo signo. (Capricórnio? Não, obrigado)

Ela comentou que essa “coisa de signo” tem ganhado força. Eu perguntei se isso seria algo relacionado ao tal despertar e as pessoas olhando um pouco mais para si mesmas, já que é uma amiga muito ligada nos processos de evolução e comportamento humano.

“Dani, eu não sei ainda, até que ponto isso é renovação ou mais uma arma de alienação. Porque uma vez que você culpa o signo, tira de si a responsabilidade e se ausenta da necessidade de mudança. Então acho que tem conhecimento oculto aí, mas que a massa tá deturpando”

Concordei com ela e estamos ambos, tipo: falando nada não, só observando.

Eu não faço a mínima ideia de qual associação meu cérebro fez, mas o papo me fez lembrar da época de moleque e dos games.

Fui de uma turma muito ligada nos jogos. Com a chegada no Nintendo e os demais 16 bits da época, os jogos ganharam histórias, surpresas escondidas e desafios bem mais interessantes do que o simples somar de pontos do antigo Atari e fliperama.

E junto com isso veio uma curiosidade, os modos de jogo: Easy, Normal e Hard. Se o objetivo de um game é te entreter principalmente através do desafio e superação, por que ter um modo fácil?

Minha turma nunca viu graça no “easy”, rolava até uma zoeira quando alguém escolhia. Jogador bom, joga no Hard, até porque o “easy” não era apenas a opção mais fácil, ela reduzia o jogo e retirava dele os desafios e prêmios destinados apenas para os bravos guerreiros do “hard”.

Lembrei também que diante da ansiosa sensação de um aguardado novo game, a primeira opção era o “Easy”, só para aprender os movimentos iniciais do personagem e entender o contexto do que seria enfrentado. Feito isso, “bota no Hard”.

Alguns jogos eram bem difíceis nessa época, travar numa fase chegava a enjoar, mas jamais desistir. Valia descer ao modo “normal”, aprender e depois voltar ao Hard. Jogo zerado só era válido ali, completo.

E na vida?

Vale ler e entender a nossa personalidade no mapa astral, mas usar isso como desculpa para as atitudes falhas ao invés de lutar para evoluir?

Vale jogar a vida sempre no modo “easy”?

Vamos trocar os melhores prêmios, recompensas e experiências, pela ansiedade de chegar logo no final? Acho que dessa forma até poderemos salvar o mundo e a princesa, mas no fundo, você, e somente você, saberá que jogou no “easy”. Saberá que poderia ter feito mais e recebido mais. Cara, vai ficar uma sensação besta de algo faltando, vai por mim.

Se tiver difícil demais, desça um nível, treine e volte ao principal, é lá o seu lugar.

Zerar a vida, só vale no modo “Hard”.

Vem comigo?

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